sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Entrei na A25 e não Paguei! :P


O que faz alguém num feriado a meio duma semana de trabalho abandonar o conforto de sua casa e ir escalar pontes da A25? Um dia tão bom para aproveitar para ficar a descansar em casa ou ir até a praia do Furadouro apanhar uns banhos de Sol. Mas não estava decidido a ir para terras aveirenses e pelo caminho tinha algumas paragens planeadas.

Bem digamos que a história que vos vou contar aqui correspondeu a uma paragem não planeada.

Ia eu na N109 que isto de pagar ao estado para andar em AE que antes não se pagava custa, e muito. Ovar-Porto é suportável mas Ovar-Aveiro é um absurdo, é km atrás de km a passar pelos malditos pórticos, que só me apetece subalugar um camião para abalroar todos os pórticos que eu vir. Já sabem inscrevam-se no nosso amigo facebook no grupo "Abalroar pórticos?".

Voltemos ao tópico do post. Como eu estava a dizer ia eu na N109 e tinha como ponto de paragem obrigatório Cacia, afinal 6 dos melhores meses da minha vida foram enquanto trabalhador numa empresa lá (não vou dizer nomes para não criar uma publicidade, posso é dizer que faz esquentadores e rima com escalonado XD). A primeira cache era uma tradicional simples numa das ruelas que liga Cacia à N109. Encontrada a cache com mais ou menos dificuldade lá resolvi dar uma vista de olhos nas caches mais próximas. Tinha uma multi de dois pontos mesmo perto. Lá me resolvi a experimentar e a dar uma chance à multi.

O ponto inicial é bastante simples e chega-se lá não há dificuldade em obter os valores necessários para a fórmula do ponto final. A dúvida prendia-se em ir de carro ou a pé.

Descrição da cache:

O percurso:

O percurso pode ser feito a pé, de bicicleta ou de jipe. Em algumas épocas do inverno alguns troços podem ficar intransitáveis devido às cheias.
Vá até às coordenadas iniciais. Neste local confluem 4 ruas. Duas delas têm placas toponímicas. Qual a soma número de letras inscritas em ambas as placas? (A).

As coordenadas finais são:
N 40º 40.(A+14)2
W 8º 34.(A*3+5)8

Atenção: a partir das coordenadas iniciais, o acesso ao container final faz-se sempre por caminho de terra batida.
Estava decidido ia fazer o restante percurso a pé. Entrando pelo caminho de terra batida, bastante acessível ao meu veículo motorizado. Comecei a ver o final da linha. 20o metros, 150 metros e quando finalmente chego ao "tecto da A25" tenho uma surpresa desagradável, estou a 30 metros e entre mim e a cache tenho uma rio.
Duas hipóteses ganharam forma:

1) Enganei-me no caminho;
2) O PDA passou-se.

A resposta correcta foi:

3) Tinha de dar a volta de carro e só depois começar a pé.


Como é que eu cheguei a esta conclusão? Lendo logs anteriores, afinal toda a gente teve o mesmo problema.

Felizmente como sou casmurro e é isso por norma que me faz ter as aventuras que tenho. Dar a volta era impensável, ou ia por ali ou não ia. E toda a cache a menos de 100 metros tem de ser feita não volto atrás por nada. (Como se viu no dia em que enfrentei o mar com enorme sacrifício para mim que perdi o GPS, leiam post anterior e entendem :P).

Lá farejei bem o terreno para ver quais as vias possíveis para chegar à cache. Só havia uma maneira tinha de atravessar o rio, e para isso nada melhor que usar a ponte da A25 que estava ali tão à mão.

Tinha agora um objectivo (chegar ao outro lado) e uma missão (aceder à plataforma superior da A25)

Missão:

Depois de espreitar de ambos os lados da A25 estava decidido pelos lados da A25 não havia de entrar. Tinha de inovar e ser criativo se queria chegar lá acima. Desloquei-me novamente para debaixo do tabuleiro e ai começou-se a delinear um plano.

A melhor solução seria aproveitar a encosta por baixo do tabuleiro para assim desse modo chegar o mais perto possível do lado superior do mesmo. A impedir o meu sucesso estava uma grande extensão de silvas que se infiltravam já por baixo da ponte. Esse sim seria o maior desafio.

Costas chamadas ao trabalho e lá fui fazendo um Push com as costas de encontro às silvas, qual Príncipe da bela adormecida a abrir caminho por entre campos de silvas e maldições. O que é certo é que realmente resultou as mãos já chegavam à plataforma superior do tabuleiro.

Um grande salto, força nos braços, dedos bem fechados para não me soltar e estava eu a "escalar" os últimos metros até o cimo do tabuleiro.

Eu imagino o que terão pensado os condutores que de repente vêem dois braços surgirem lançados ao ar e por debaixo deles aparecer uma cara vermelha de esforço. Subi, atravessei a ponte com a maior das calmas voltei a descer do lado anterior e estava feita a minha missão.

Objectivo:

Estava conseguido para além de estar do outro lado tinha encontrado a cache que tão morosa tornou aquele bocado.
Como sacrifício, já que para estas coisas tem de haver sempre sacrifícios tive:

Uns phones estragados;
Roupa rasgada;
Braços completamente arranhados;
Canela desgraçada e lacerada;
Transgressão na A25.


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