Parte 1/3
Terra nova, trabalho novo, ambiente novo. Estava eu a meio de Setembro e já estava completamente instalado na minha nova terra. O que fazer no final do dia era ainda uma preocupação para mim! As gentes de cá ainda não conhecia, os locais aos poucos ia conhecendo fazendo as poucas caches da zona!
Ficar em casa não era opção!
Depois de 8 horas em frente a um computador digamos que não é opção terminar o dia de trabalho e fechar-me em casa. "Tenho de descobrir algo interessante para fazer esta noite!", pensei eu!
Google it! "Estruturas Abandonadas Ovar"
1ª entrada ==> Casa Amarela de Ovar, abro o link e começo a aperceber-me que a casa amarela de ovar afinal é tão famosa para estes lados como a outra casa amarela de Barcelos o é para os lados de Braga. O bicho apareceu-me imediatamente no nariz.
Terra nova, trabalho novo, ambiente novo. Estava eu a meio de Setembro e já estava completamente instalado na minha nova terra. O que fazer no final do dia era ainda uma preocupação para mim! As gentes de cá ainda não conhecia, os locais aos poucos ia conhecendo fazendo as poucas caches da zona!
Ficar em casa não era opção!
Depois de 8 horas em frente a um computador digamos que não é opção terminar o dia de trabalho e fechar-me em casa. "Tenho de descobrir algo interessante para fazer esta noite!", pensei eu!
Google it! "Estruturas Abandonadas Ovar"
1ª entrada ==> Casa Amarela de Ovar, abro o link e começo a aperceber-me que a casa amarela de ovar afinal é tão famosa para estes lados como a outra casa amarela de Barcelos o é para os lados de Braga. O bicho apareceu-me imediatamente no nariz.
Para quem não conhece a Casa Amarela de Ovar é uma casa simples nos limites de Ovar, uma pequena vivenda amarela e com uma arquitectura muito peculiar. Mas não é por isso que é extremamente conhecida, a sua fama advém das lendas locais de que será assombrada. Digámos que é uma local de culto para quem adora andar a bisbilhotar o alheio do outro mundo

Se passarem lá de noite é frequente avistarem-se umas luzes lá dentro, muito provavelmente serão os caçadores de fantasmas.
Adiante, ficando aos poucos e poucos mais curioso fui lendo e relendo outros relatos de quem por lá já tinha passado e as vária histórias locais referentes a este local.
Eureka! Tinha encontrado um fórum fenomenal com as localizações destes ex-libris de história com o incremento que supostamente eram todos assombrados. Neste momento tinha-me decidido a fazer real um evento dedicado ao Halloween e assim nasceu a ideia de criar este evento que tanto me divertiu.
A primeira ordem de trabalhos era escolher o local, os meus critérios eram: entre Porto e Aveiro e relativamente perto de onde me encontrava presentemente.
Uma pesquisa mais detalhada no fórum assombrado e a escolha recaiu naturalmente na Quinta do Comandante, não a conhecia, mas as fotos e os relatos prometiam. Coordenadas tiradas, esta noite ia à Quinta do Comandante. Entrei em contacto com quem já lá tinha ido, numa coisa eram unânimes "tu és maluco se vais lá sozinho de noite!". Ignorei estes avisos afinal quem enfrenta marés, montanhas e precipícios vai-se agora chegar atrâs por causa dumas almas penadas.
23:00 da noite estava a começar a minha subida até a entrada da Quinta, realmente a envolvente não ajuda a manter-se a calmia. Arranjei um sítio para estacionar e lá segui os últimos metros a pé. A entrada fica perto da vizinhança, mas ao mesmo tempo é escura como breu. Uma lanterna fraca com falta de bateria e lá empurrei a porta da quinta. Realmente a eloquência do local é fantástica, estava encontrado o local para o evento. Uma visita breve, porque afinal apesar de não acreditar nos fantasmas um frio gélido fazia-se sentir. A primeira visita estava concretizada, já podia começar a planear o evento e a marcar uma visita para de dia para ter outra noção do local.
Dias depois estava a meio da tarde na quinta para fazer uma visita mais detalhada e delinear o decurso do evento, afinal eventos de coordenadas finais já estamos nós farto, pensei eu!
O que eu queria era fazer algo que as pessoas tivessem de deambular pela quinta e os seus meandros, qualquer coisa estilo LetterEvento! De dia a quinta continua com a sua magnificiência absoluta, a vantagem do dia foi ter descoberto umas minas que ladeavam a quinta e a partir daí foi rápida a delineação do percurso que o evento iria tomar, as ideias foram chegando e a preparação teve início.
Faltava uma semana e ansiedade já tomava conta de mim, a pressão aumentava. Um evento que tinha como a ambição mais alta a de juntar cerca de 30 pessoas já ia com 80 presenças confirmadas, entre elas algumas milestones importantes, e uma crescente expectativa, afinal as coisas não podiam mesmo correr mal.
Parte 2/3
A preparação por esta altura estava um bocado atrasada e ou me despachava ou ia ser uma autêntico fiasco. Numa das noites antes do evento lá segui até a Quinta com o intuito de dar por terminada a preparação nocturna deixando os pequenos pormenores para o próprio dia do evento.
Zona 1 preparada, zona 2 preparada estava tudo alinhavado.
O Dia 0 tinha chegado, acordar cedo porque os tremeliques não permitiam a mais uns instantes de sono.
Almocei com a calmia que me era possível, ajustei os últimos acessórios e pormenores para o evento e lá segui para as coordenadas para dar uma última vista de olhos e ultimar os preparativos finais.
A zona 1 estava terminada com tudo a que tinha direito, faltava a segunda zona que levou mais tempo. Primeiro tive de transportar algumas coisas para dentro do nosso resgardo, o problema é que convinha que ficasse mais ou menos escondido não fosse alguém lembrar-se de passar lá e levar aquilo com ele. Segundo havia um pequeno pormenor que não estava completo nem sequer iniciado. Estou eu já a preparar-me para sair e ir até casa tomar um banho relaxante para comparecer ao evento minimamente limpo e cheiroso e deparo-me com uns escritos nas calheiras da porta, mas que coisa mais estranha. A data 1947 ainda trazia uma outra mística, saí a pensar que teria sido alguns jovens marados numa tentativa de brincadeira. Saio da quinta vou em direcção ao automóvel.
“Para imediatamente ai!”, estas foram as primeiras palavras que o Jango me dirigiu.
Faltavam poucas horas para o evento e estava a ver que só agora é que os vizinhos me iriam chatear a cabeça.
Os dois minutos seguintes foram complicados, era o Jango a ameaçar-me e a insistir que eu tinha ido para a Quinta do Comandante em nome duma senhora qualquer que era inimiga do povoado.
Eu bem tentava explicar a minha versão do “fui lá abaixo à mina por que vi a mina mencionada num site sobre tesouros nacionais!”, mas levava sempre com “a velha mandou-te vir cá foi”.
Com dei por minha tinha a família toda em meu redor, admito que pensei que era ali naquele momento que ia levar um valente enxerto de porrada. Eu que ando por Guimarães com o cachecol do Braga sempre me safei hoje ia levar por algo que não tinha feito. Apelando à calma dele para me deixar explicar a situação lá consegui-os chamar à razão. Imediatamente fui gozado por ter ido visitar aquele poço e desconhecer outros tantos ainda mais fantásticos.
Conclusão: Agora tinha um guia que me levou a conhecer outros poços e aliás me foi mostrar e contar todas as histórias da quinta no seu mais alto pico. Uma das coisas mais interessantes foi a revelação dos escritos que vira poucos minutos antes eram na realidade o diário do comandante. Fiquei também a conhecer as macabridades que aconteceram na quinta e toda a sua história ao pormenor, afinal estava na presença duma cara amiga do comandante.
2 horas de partilha, conhecimentos e muita seca

“Délio chega cá rápido!”
Já sabia quem era aproximei-me e sosseguei os ânimos. Para mal dos meus pecados depois do Délio chegar lá tive de gramar novamente com a história toda da quinta, estes geocachers malditos que querem vir cuscar os preparativos antes do evento tramaram-me à grande.

Parte 3/3
22:30, entrada da quinta,
Chegava eu mesmo em cima da hora e já lá estava praticamente toda a gente, que vergonha ser o último a chegar a um evento criado por mim.
Saltei dum assentada para começar a dar vazão ao tráfego de geocachers sedentos de iniciar as buscas pela dita quinta e arredores, afinal o pobre do alfaiate precisava urgentemente de ajuda e só nós o poderiamos ajudar.
Chegava eu mesmo em cima da hora e já lá estava praticamente toda a gente, que vergonha ser o último a chegar a um evento criado por mim.
Saltei dum assentada para começar a dar vazão ao tráfego de geocachers sedentos de iniciar as buscas pela dita quinta e arredores, afinal o pobre do alfaiate precisava urgentemente de ajuda e só nós o poderiamos ajudar.
Saio o primeiro grupo, aqueles mais apressados que no dia seguinte entravam cedo ao trabalho, o segundo, terceiro, o quarto e finalmente o quinto perto de 2 horas depois.
Nestas duas horas ia tentando entreter os presentes acompanhar os que já tinham finalizado toda a sua investigação e partilhando com todos o pouco que sabia da quinta e da sua história. Chegado o último grupo, que prometia entre muita diversão uma queimada galega iniciou-se o dito convívio entre os resistentes que tinham aguentado todo este tempo ao frio e aos ataques constantes do comandante. Uma queimada cheia e alegria e ameaças ao #1000 do renato e quando parecia que estava tudo a aproximar-se do fim eis que chega o Jango para animar a malta como deve ser.
“Epá tanta gente! Estava eu no karaoke e chega a minha sobrinha e diz: Ó pai esta um grupo enorme na quinta do comandante. Eu vi logo que só podiam ser vocês!”, foi assim que o Jango nos brindou com a sua nobre presença.
Como esta do Pai fomos brindados com tantas outras:
“Vamos.... Vamos............................Vamos fumar umas ganzas!”
“Cheira a bagaço que f*+)!”
“As azeitonas são bravas”
Entre muitas outras frases que nos marcarão, histórias, anedotas e o valente susto que ele apanhou quando viu a mulher do comandante reflectida nas paredes da casa.

Por entre esta borga toda, e depois do belo do bagaço servido aos participantes, faltava dar uma garfada nas chouriças. Faltava-nos uma grelha, mas isso o nosso Jango resolveu, fomos a casa dele e ele lá nos trouxe umas grelhas ainda com os restos das sardinhas do dia.
O convívio durou até perto das 3:00 e depois dumas fotos ao logbook iluminado lá seguiu cada um o seu caminho afinal o dia ia avançado e no dia seguinte havia cemitérios para muitos. Eu, o MrReis, Jlima e Jango ainda fomos ver mais uns tantos poços que rodeiam a região, afinal o escolhido por mim é o pior

Tenho de admitir que dos poucos eventos que organizei este foi sem dúvida o que mais gosto me deu e espero que pro próximo ano possa criar a segunda versão e que muitas das caras que nos brindaram nesta noite possam aparecer para dar-nos o seu gosto amargo, Muahahah.
PS: Agradeço a toda a gente que me ajudei não só antes do evento mas no decorrer do evento e aproveito por pedir desculpa pelo tempo de espera, pelo buffet mal estacionado e pela falta de atenção que dei a muita gente, sem dúvida que mereciam mais atenção. Como ponto forte se houver segunda edição já tenho uma lista de erros nesta e melhorias para o próximo.

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